Minicurso 4

A recente perda da arqueóloga Niède Guidon, reconhecida internacionalmente por sua dedicação ao patrimônio arqueológico do Piauí, acende um alerta sobre o que vem sendo estudado — ou negligenciado — em relação ao patrimônio arqueológico paraibano. É notório que grande parte da comunidade acadêmica local possui pouco ou nenhum conhecimento sobre as comunidades primitivas que habitaram a Paraíba, o que contrasta com a existência de um acervo riquíssimo que se estende por todo o estado.

Este minicurso pretende discutir a problemática da invisibilidade da arqueologia paraibana dentro da produção de conhecimento histórico regional, oferecendo um panorama geral sobre a cultura rupestre da Paraíba e sua relevância para os estudos históricos. Ao longo da programação, serão abordadas as distinções e conexões entre arqueologia e paleontologia, com o intuito de desestigmatizar a imagem sensacionalista da arqueologia popularizada pelo cinema e pela cultura de massa.

Também será apresentado um mapeamento do patrimônio arqueológico internacional, com o objetivo de comparar suas características com os vestígios pré-históricos encontrados na Paraíba. Os participantes terão a oportunidade de compreender o funcionamento da arqueologia no estado, bem como a política de salvaguarda adotada pelo IPHAN para a proteção de bens arqueológicos.

Serão exploradas ainda as principais culturas de pinturas rupestres identificadas no território paraibano, com destaque para a chamada cultura Itacoatiara, além da indústria lítica regional e a simbologia presente nos petróglifos. O minicurso busca, portanto, estimular a valorização e o reconhecimento do patrimônio arqueológico local como parte fundamental da memória e da história paraibana.