16 a 18 de setembro de 2025
4- “Recordar, repetir e elaborar”: a sociedade brasileira e os fantasmas da ditadura militar e do neofascismo
JOSÉ ADILSON FILHO (UEPB)
ADAUTO GUEDES NETO (UPE)
O desfraldar do século XXI trouxe à cena a força disruptiva de partidos e movimentos de extrema-direita e de viés neofascista. No Brasil, eles ganharam maior visibilidade a partir das manifestações de 2013 e conquistariam o poder com a chegada de Jair Bolsonaro à presidência em 2018. Tal movimento obteve reconhecimento e legitimidade, em certa medida, mediante uma forma jubilosa e ritualística de valorização e reivindicação da História e da memória oficinais do Golpe de 1964 e da Ditadura Militar. Desta então, por meio de dispositivos políticos, sociais e culturais, tem-se travado batalhas em torno daquele passado e suas narrativas e representações para o tempo presente. Portanto, esse ST quer aglutinar estudos e pesquisas que reflitam sobre a sombra do golpe de 1964 e da Ditadura militar, bem como suas reverberações nas tramas políticas e culturais de segmentos reacionários e conservadores brasileiros, atentando para aspectos relativos ao jogo entre história e memória, lembrança e esquecimento, continuidade e descontinuidade, familiaridade e estranheza, trauma histórico e repetição. Ou seja, queremos de modo interdisciplinar discutir em termos históricos, socioeconômicos e psíquicos a importância de alguns fantasmas (a exemplo do golpismo, do militarismo, do autoritarismo, do fanatismo religioso, do racismo, do machismo, do medo do protagonismo das camadas populares, da negação do sistema etc.) na organização e força deletéria das direitas e do bolsonarismo contra o estado de direito e da democracia representativa. Isto, porém, em articulação com as questões locais e internacionais contemporâneas.